O ponto mais importante da teoria da tradução parece ser a tradução dos textos literários. Para muitos, a tradução poética é teórica e praticamente impossível, para outros é vista como sinal de inferioridade. Robert Frost, diz que a verdadeira poesia é intraduzível, já o francês Paul Valéry afirma que a qualidade do texto poético é inversamente proporcional à sua traduzibilidade. Segundo esses poetas e escritores, a tradução é uma atividade essencialmente inferior, poruqe falha em capturar a "alma" e o "espírito" do texto literário/poético. Essa concepção nos mostra que a delicada conjunção entre a forma e o conteúdo não pode ser tocada sem prejuízo.
Para Pierre Menard e os demais pensadores citados o literário e o poético são características textuais intrínsecas e estáveis. No que diz respeito a concepção de "transferência" de Nida não é possível que os defensores da intraduzibilidade do literário e do poético o aceitem, pois consideram que a forma e o conteúdo são peculiares ao texto artístico.
Tanto Leopadi, Nabokov, Frost, Valéry, Sorescu e Nida apresentam o texto como um receptáculo de ideias e/ou características distinguíveis e objetivamente determináveis.
Repensando o texto literário, é nossa atitude perante os diversos tipos de textos que resultará na classificação de literário, poético ou não. P poético é na verdade uma estratégia de leitura, uma maneira de ler e não uma propriedade estável como queria Menard. O que será em qualquer época reconhecido como literário é o resultado de uma decisão, consciente ou não, da comunidade cultural sobre o que será considerado literário. Assim mesmo se fosse possível, uma tradução literal do poema estaríamos estimulando associações e relações doferentes daquelas que podemos desenvolver a partir do original. Quando aceitamos ler um determinado texto da forma poética, passamos a considerar significativas todas as relações e associações que pudermos combinar numa interpretação coerente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário